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quarta-feira, junho 16, 2004

Sotaques 

O post do dia da inauguração do euro 2004 provocou alguns comentários (a maior parte não expressos no devido local, parece que há pessoal que ainda se sente inibido...) sobre a capacidade da menina para falar em português (ninguém se atreveu a censurar-lhe outras qualidades...). Eu, por mim, gosto de a ouvir cantar português com o seu sotaque canadiano. Aliás, gosto de ouvir falar português com vários sotaques, seja inglês, brasileiro, cabo-verdiano, timorense... surpreendem-nos com o uso inesperado de um adjectivo, revelam-nos outras sonoridades numa demonstração de troca de saberes entre povos e culturas...

Um dos entraves à aprendizagem de uma língua é o bloqueio com receio de falar mal. Eu não quero saber de desgraças, se apanhar um espanhol à frente - falo espanholês e ele percebe. Bem, com a língua alemã consigo fazer algo notável: numa frase pequena sou capaz de cometer umas 10 infracções ao código gramatical germânico. Acho imensa piada quando falo com alemães no meu pseudo-alemão e aquelas caras brancas começam a franzir-se (autênticas caretas!) como quem diz "é pá, eu estou a ouvir-te e tá-me a dar uma aflição, até percebo o que tás a dizer, mas estás a dar cabo da minha amada língua materna!!".
Nós, portugueses, podemos dar-nos por muito satisfeitos no campo linguístico, o português é muito rico em termos sonoros, o que nos facilita muito a vida. A nossa gramática é complicada, sempre que alguém na aula de alemão se insurge contra a complexidade das regras do alemão o professor argumenta logo que o português é muito mais complicado, por isto e por aquilo (coisas que me passavam um bocado ao lado - a língua materna é uma coisa intuitiva (de qualquer maneira ele ganha invariavelmente a discussão)).
... Mas para que é que são precisas 4 declinações...?

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